quarta-feira, 22 de agosto de 2012

As Irmãs von Evans - Parte 4

Eu sei, faz mais de um mês - não me culpem, estive um tanto ocupada. O importante é que voltei, e vim retomar a história :)
Nos capítulos anteriores vocês descobriram a origem nômade das Irmãs, nascidas a partir do casamento da bruxa Margareth com Jude, ambos falecendo alguns anos após o nascimento das filhas, deixando Jane, a primogênita, na difícil responsabilidade de cuidar de seis irmãs menores, educando-as e cuidando para que descobrissem seu papel como bruxas. Elas então seguiram, deixando seu lar para trás rumo ao Novo México, onde fizeram sua primeira parada numa busca infrutífera por algum ouro. Quando ficou claro para Jane que não conseguiriam nada, e que suas irmãs em breve estariam passando fome, ela abriu mão da honestidade - contudo, ao tentar roubar comida, foi pega de surpresa por uma pancada na cabeça...

Quando acordou no dia seguinte, Jane estava com mãos e pés amarrados, e uma tira de pano envolvendo-lhe a boca, de modo que não conseguia emitir mais do que grunhidos sem sentido. Ela não entendia porque, mas de alguma forma se sentia fraca - não como se sentiria se estivesse sem comer há dias, por exemplo, mas uma espécie de canseira tão íntima que parecia vir do lugar mais fundo dela. Como se seu poder estivesse exaurindo, deixando seu corpo. Ela mal tinha força para manter os olhos abertos.
A luz invadiu seu cativeiro quando uma porta se abriu, e por ela entraram dois homens, um alto e largo como um armário, outro menor e mais franzino. Embora os olhasse com ódio, Jane também os temia - sabia que, exausta como estava, não tinha a menor chance de defender-se, mesmo com magia. Só pôde gritar quando os homens se aproximaram dela e puseram-se a espancá-la, chutando-a na barriga, estapeando-lhe o rosto, cuspindo sobre ela. Então rasgaram suas roupas e abusaram dela da pior e mais cruel maneira que um homem pode abusar de uma mulher, deixando-a nua, sangrando e ferida, gritando-lhe ameaças.
Em pensamento, Jane orou pela primeira vez ao seu Senhor desde que a mãe se fora. Implorou ao Senhor das Almas que a tirasse daquele tormento, que a levasse de volta para suas irmãs. E, como num milagre, ele a atendeu. Naquela noite, quando a porta tornou a se abrir deixando a luz prateada entrar, não foram seus carcereiros que entraram, mas os vultos cobertos por capas de Zethi e Cecily. A fraqueza que Jane sentia também atingiu suas irmãs - elas tornaram-se mais lentas, mais cansadas. Mesmo assim, conseguiram libertar Jane, e enquanto Zethi a encobria com um manto e a escoltava para fora, Cecily cobria sua retaguarda.
As três retornaram para seu abrigo em segurança. Nenhuma das von Evans dormiu naquela noite; umas por medo, outras por preocupação, e uma em especial por ódio, um ódio amargo que crescia dentro dela, cheirando a vingança, sangue e morte.

[continua...]

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